segunda-feira, agosto 06, 2007

Procissão do Nosso Senhor dos Navegantes envolveu cerca de 50 mil pessoas.


"A procissão do Nosso Senhor dos Navegantes, nas Caxinas, no Domingo, 5 de Agosto, concentrou mais de 50 mil pessoas.

«Não há em Portugal procissão assim» António Coentrão levanta-se da cadeira em sinal de respeito, à passagem do andor de Nossa Senhora da Bonança. Durante toda a vida, «andou ao mar» no bacalhau, depois na sardinha, já no seu «barquinho». Hoje, lá andam os filhos e os netos, nas embarcações "Da Mata". No rosto tem a expressão de fé da comunidade piscatória das Caxinas, Vila do Conde, a devoção imensa de quem, à mercê do mar - umas vezes pai, sustento da casa, outras padrasto, que leva os entes mais queridos, como há 13 anos lhe levou o filho -, busca no céu a esperança.

Este ano, inevitavelmente, a comunidade lembrou os seis "filhos" que o mar levou, em Dezembro, no naufrágio do "Luz do Sameiro". António é apenas um dos cerca de 50 mil (nas contas da paróquia) que, ontem, assistiram a uma das maiores procissões do país, na Festa do Senhor dos Navegantes, nas Caxinas. Todos os anos, a procissão traz às Caxinas milhares de fiéis da Zona Norte, muitos emigrantes e até estrangeiros de férias na região. Os festejos em honra do padroeiro espelham a devoção dos pescadores, numa procissão composta por 16 andores e mais de 400 figurantes que, durante duas horas e meia, percorre pouco mais de dois quilómetros.

"É uma enorme manifestação de fé", explica o pároco das Caxinas, Domingos Araújo, lembrando a singularidade da procissão pela imponência dos figurantes e, sobretudo, dos andores, que ultrapassam por vezes os mil quilos, carregados aos ombros por mais de duas dezenas de pescadores, num sinal de "gratidão e fé" ao Senhor dos Navegantes.

"A procissão já tem muitos anos, mas era mais pequenina", explicou António Coentrão, que, aos 88 anos, vê a procissão "desde que se lembra". Depois, explica, parou, durante 16 anos, com a construção da igreja nova - que este ano celebra 22 anos -, voltando a ser retomada há 19.

Pescadores oferecem parte do "salário"
Desde o início dos festejos que todos os anos os barcos das Caxinas dão à paróquia "Os Quartos do Senhor" - um quarto do que recebe, durante um ano, cada um dos tripulantes do barco. A embarcação que der o maior "quarto" tem a "honra" de escolher o andor que quer transportar. Este ano, a "honra" foi para o "Ajudado por Deus", cujo mestre é José Carlos Craveiro, que conduziu o andor do Senhor dos Navegantes. Foi a sétima vez em 18 anos que coube à tripulação deste barco levar o principal andor.
Entre os figurantes, seguem mais de 400 filhos da terra, cumprindo promessas ou por simples devoção. »Vou em todas as procissões aqui na zona. Venho mesmo por gosto», explica a jovem Elisabete Fernandes, de 23 anos, que, apesar do calor, foi a Nossa Senhora de Fátima da procissão."

Ana Trocado Marques

Fonte: Jornal de Notícias - 6-8-007





Devoção e fé nas Caxinas

"Milhares de pessoas, entre fiéis, emigrantes e mesmo estrangeiros, assistiram, ontem em Vila do Conde, a uma das maiores procissões do País, composta por 16 andores e cerca de 400 figurantes.

As festividades em homenagem ao Senhor dos Navegantes, padroeiro dos pescadores, começaram no passado dia 3 e terminam hoje pelas 24h00 com uma sessão de fogo de artifício. Ontem foi dia da procissão, onde se percorrem cerca de 2200 metros em pouco mais de três horas. Aquela que é considerada uma das maiores manifestações de fé do concelho, conta já com, pelo menos, 18 edições consecutivas tendo a “Igreja do Barco”, como é conhecida a igreja das Caxinas, celebrado 22 anos.

Não há certezas quanto à data de início desta devoção da comunidade piscatória. Sabe-se apenas que é antiga e que terá surgido como resposta de uma comunidade intrinsecamente ligada ao mar. Foi, pois, por vontade da mesma, que a procissão atingiu a dimensão que hoje tem, sendo que ao longo dos anos foi aumentando o número de andores e a quantidade de figurantes, até adquirir o alinhamento actual.

Cada andor é transportado, dependendo do tamanho, por 20 a 30 homens. É que os andores mais pesados chegam aos 300 quilos, como o em homenagem ao Nosso Senhor dos Navegantes, cujo transporte e enfeite esteve, este ano, a cargo da embarcação “Ajudado Por Deus”. Todos os anos são oferecidos, às festividades, “Os Quartos do Senhor”, que representam 25 por cento do que ganha, durante um ano, cada um dos tripulantes. «O barco que der o donativo maior escolhe o andor», explicou José Carlos Craveiro, mestre da embarcação que doou 2800 euros. Para o edil Mário Almeida trata-se de uma «grande manifestação de fé para as pessoas das Caxinas que aí depositam um voto de esperança para que naufrágios, como o da Nazaré, não aconteçam com tanta frequência»."

Fonte: O Primeiro de Janeiro -5-8-007





"«Um sacrifício e a demonstração da fé de um povo». É desta forma que o pároco de Caxinas, Vila do Conde, definiu a procissão da festa a Nosso Senhor dos Navegantes, que ontem teve lugar naquela localidade.

Num dia de sol e com uma temperatura algo elevada – embora a brisa marítima se fizesse sentir um pouco – a festa a Nosso Senhor dos Navegantes voltou a contar com a participação de muitos milhares de pessoas. Momentos antes de sair com a procissão, o padre Domingos Ferreira de Araújo disse ao Diário do Minho que a comunidade que lhe está confiada «não perdeu o sentido cristão» e que o demonstra «com toda a beleza que a procissão encerra».

Este ano, a memória ainda recente da perda de vidas humanas no mar – tragédia do naufrágio do “Luz do Sameiro”, na praia da Légua, Pataias, Nazaré, em Dezembro passado – não deixou de ser recordada e comentada pelos seus camaradas de profissão.

Certo é que nenhum símbolo em especial foi inserido na procissão para lembrar a tragédia, mas o padre Domingos Araújo disse ter a certeza das orações de muitas pessoas para com aqueles que perderam a vida no mar e suas famílias.

Da Fuzeta, a Sul, até Viana do Castelo, a Norte, a comunidade das Caxinas acolheu representantes das comunidades de pescadores do país. Como já vai sendo habitual, a própria procissão foi uma vez mais presidida pelo padre Carlos Lopes, director nacional do Apostolado do Mar. Aquele sacerdote diz entender a sua missão entre os pescadores cristãos como «um desafio permanente», indicando, contudo, que evangelizar aqueles homens «é encontrar um espaço de sinceridade, verdade e de pronta colaboração, que são características do coração do homem do mar»."


Fonte: Diário do Minho -6-8-007


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Comments:
nao ha igual.terra pequena mas deixa sempre saudades por quem la passa.
 
Quem por lá passa , nunca mais esquece! Seja a Terra , as pessoas, a simplicidade, o carinho e a humildade, e o pensar desta gente, de que Caxinas é unica entre os seus pares.
 
Quem por lá passa , nunca mais esquece! Seja a Terra , as pessoas, a simplicidade, o carinho e a humildade, e o pensar desta gente, de que Caxinas é unica entre os seus pares.
 
adoro a minha terra....pena tanta pena de tar tao longe....hpje e a nossa festa.... vai ser linda como senpre...tenho a certeza......saudades
 
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