terça-feira, março 27, 2007
Molhe sul da Póvoa de Varzim ameaça ruir expondo moradores à força do mar
"A situação é «preocupante» e já foi por várias vezes denunciada, tanto por pescadores poveiros como pela autarquia. Por força da erosão, o molhe sul do porto da Póvoa de Varzim está descalço e, com a violência das vagas do mar, pode a qualquer momento ruir, causando uma catástrofe na zona ribeirinha. Teme-se a destruição da marina e que os moradores da marginal fiquem desprotegidos perante os avanços do mar.
«Há quatro anos que andamos a alertar as autoridades para esta situação. Se acontecer alguma tragédia, não venham depois pedir-nos responsabilidades», afirmou ao DN Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim. O autarca considera que o estado de conservação do molhe é «muito preocupante». Ainda mais numa altura em que os avanços do mar têm causado avultados estragos em algumas zonas da costa portuguesa, como Esmoriz (Ovar) e Caparica.
Há cerca de cinco anos, a autarquia informou o Instituto Portuário do Norte (IPN) da situação e, entretanto, Macedo Vieira já enviou duas cartas para o Governo. Também todos os partidos da oposição e deputados da Assembleia da República entregaram requerimentos alertando o Governo para a situação, mas os documentos acabaram por não ser considerados.
»Nos últimos anos, o Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) tem sido uma pobreza para a Póvoa. O que não se percebe, quando o que nós pedimos todos os anos é apenas duas coisas: que se solucione a questão do molhe e a construção do hospital que irá servir a Póvoa e Vila do Conde», acrescenta Macedo Vieira. Mas uma eventual intervenção no porto poveiro não estará dependente de verbas inscritas em PIDDAC. Macedo Vieira tem essa garantia do IPN, mas a verdade "é que já passaram quatro ou cinco anos e nada foi feito. Se acontecer algum acidente, declino responsabilidades".
Quem conhece bem o estado de conservação do molhe sul são os pescadores da zona das Caxinas. «Aquilo está assim há muitos anos e um dia a força do mar vai levar tudo», refere Francisco Ramos. Este poveiro tem mesmo um primo que, quando vai à pesca de caranguejos e polvos, trespassa o interior da base do molhe, de um lado ao outro, com a vara que utiliza para a pesca. Os rebentamentos do mar contra o paredão são muito fortes e «o pessoal está sempre em alerta».
Hernâni Macieira, pescador e armador, considera que o porto da Póvoa está inoperacional. «Se a sul do molhe falta areia, no interior do porto ela abunda, ao ponto de os barcos mal poderem circular», explica. Por isso, não é por acaso que poucos pescadores se dedicam à actividade na localidade e os que estão no activo trabalham quase todos em Matosinhos ou em Aveiro."
«Há quatro anos que andamos a alertar as autoridades para esta situação. Se acontecer alguma tragédia, não venham depois pedir-nos responsabilidades», afirmou ao DN Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim. O autarca considera que o estado de conservação do molhe é «muito preocupante». Ainda mais numa altura em que os avanços do mar têm causado avultados estragos em algumas zonas da costa portuguesa, como Esmoriz (Ovar) e Caparica.
Há cerca de cinco anos, a autarquia informou o Instituto Portuário do Norte (IPN) da situação e, entretanto, Macedo Vieira já enviou duas cartas para o Governo. Também todos os partidos da oposição e deputados da Assembleia da República entregaram requerimentos alertando o Governo para a situação, mas os documentos acabaram por não ser considerados.
»Nos últimos anos, o Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) tem sido uma pobreza para a Póvoa. O que não se percebe, quando o que nós pedimos todos os anos é apenas duas coisas: que se solucione a questão do molhe e a construção do hospital que irá servir a Póvoa e Vila do Conde», acrescenta Macedo Vieira. Mas uma eventual intervenção no porto poveiro não estará dependente de verbas inscritas em PIDDAC. Macedo Vieira tem essa garantia do IPN, mas a verdade "é que já passaram quatro ou cinco anos e nada foi feito. Se acontecer algum acidente, declino responsabilidades".
Quem conhece bem o estado de conservação do molhe sul são os pescadores da zona das Caxinas. «Aquilo está assim há muitos anos e um dia a força do mar vai levar tudo», refere Francisco Ramos. Este poveiro tem mesmo um primo que, quando vai à pesca de caranguejos e polvos, trespassa o interior da base do molhe, de um lado ao outro, com a vara que utiliza para a pesca. Os rebentamentos do mar contra o paredão são muito fortes e «o pessoal está sempre em alerta».
Hernâni Macieira, pescador e armador, considera que o porto da Póvoa está inoperacional. «Se a sul do molhe falta areia, no interior do porto ela abunda, ao ponto de os barcos mal poderem circular», explica. Por isso, não é por acaso que poucos pescadores se dedicam à actividade na localidade e os que estão no activo trabalham quase todos em Matosinhos ou em Aveiro."
Alfredo Teixeira
Fonte: Diário de Notícias - 26-3-007