sexta-feira, janeiro 05, 2007
"Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins" exige que o Governo pague indemnizações às famílias das vítimas do "Luz do Sameiro"
"O presidente do Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins, Joaquim Piló, exigiu que o Governo pague indemnizações às famílias dos pescadores mortos no naufrágio de sexta-feira ao norte da Nazaré.
Segundo o dirigente sindical, "o Governo deve ser o responsável, porque não salvou os pescadores, por não ter meios no local, independentemente de haver ou não erro humano [da parte dos tripulantes da embarcação naufragada]". Para Joaquim Piló, o Governo deve também "meter a mão no bolso e tirar dinheiro para pôr mais meios de salvamento nas zonas piscatórias".
Em declarações à agência Lusa, o sindicalista critica também que nas operações de socorro aos tripulantes do "Luz do Sameiro" não tenha sido utilizada uma moto de água ou um lança cabos [pistola com capacidade de lançamento de um cabo entre duas embarcações ou entre terra e uma embarcação]. O sindicalista diz que "a Capitania do Porto da Nazaré não tem um lança cabos, que é uma coisa que não se admite".
Refutando estas críticas, o comandante da Capitania do Porto da Nazaré, José Manuel Neto, disse à agência Lusa ter ponderado a utilização de uma moto de água da Associação de Nadadores Salvadores da Nazaré, "mas, avaliando as condições meteorológicas concluiu-se que só havia possibilidade de fazer evacuações verticais", ou seja, por meios aéreos. Quanto ao lança cabos, e não negando a inexistência de uma dessas pistolas na Capitania, o comandante disse que "a embarcação tinha movimentos desordenados, com os tripulantes a tentarem segurar- se e, para que esses aparelhos sejam utilizados, há a necessidade de participação dos tripulantes", o que no caso não seria possível.
Para Joaquim Piló, a situação de "deficiência" nos meios de salvamento marítimo é "nacional", sendo urgente que, além da aposta do Governo no reforço de meios, os armadores possam contar com benefícios fiscais na aquisição de equipamentos de segurança para as suas embarcações. "Os coletes que permitem ao pescador trabalhar são muito caros e, por exemplo, seria bom que o Governo os isentasse de IVA", disse Pilo à agência Lusa, acrescentando que a formação dos agentes de segurança marítima deve ser também reforçada.
"A nossa costa, de Lisboa para norte, é muito perigosa, baixa, com remoinhos, é preciso conhecê-la e estar preparado para ela", acrescentou. O naufrágio do barco "Luz do Sameiro" na praia da Légua (concelho de Alcobaça) provocou três mortos e três desaparecidos, apenas tendo sido resgatado um tripulante com vida.
Segundo o comandante da Capitania do porto da Nazaré, estão a ser realizadas buscas terrestres para encontrar os corpos desaparecidos, entre o local do naufrágio e a Praia da Concha, já no concelho da Marinha Grande. Além da Polícia Marítima, estão envolvidos meios dos Bombeiros Voluntários de Pataias e da Marinha Grande."
Fonte: RTP/ LUSA - 4-1-007
Segundo o dirigente sindical, "o Governo deve ser o responsável, porque não salvou os pescadores, por não ter meios no local, independentemente de haver ou não erro humano [da parte dos tripulantes da embarcação naufragada]". Para Joaquim Piló, o Governo deve também "meter a mão no bolso e tirar dinheiro para pôr mais meios de salvamento nas zonas piscatórias".
Em declarações à agência Lusa, o sindicalista critica também que nas operações de socorro aos tripulantes do "Luz do Sameiro" não tenha sido utilizada uma moto de água ou um lança cabos [pistola com capacidade de lançamento de um cabo entre duas embarcações ou entre terra e uma embarcação]. O sindicalista diz que "a Capitania do Porto da Nazaré não tem um lança cabos, que é uma coisa que não se admite".
Refutando estas críticas, o comandante da Capitania do Porto da Nazaré, José Manuel Neto, disse à agência Lusa ter ponderado a utilização de uma moto de água da Associação de Nadadores Salvadores da Nazaré, "mas, avaliando as condições meteorológicas concluiu-se que só havia possibilidade de fazer evacuações verticais", ou seja, por meios aéreos. Quanto ao lança cabos, e não negando a inexistência de uma dessas pistolas na Capitania, o comandante disse que "a embarcação tinha movimentos desordenados, com os tripulantes a tentarem segurar- se e, para que esses aparelhos sejam utilizados, há a necessidade de participação dos tripulantes", o que no caso não seria possível.
Para Joaquim Piló, a situação de "deficiência" nos meios de salvamento marítimo é "nacional", sendo urgente que, além da aposta do Governo no reforço de meios, os armadores possam contar com benefícios fiscais na aquisição de equipamentos de segurança para as suas embarcações. "Os coletes que permitem ao pescador trabalhar são muito caros e, por exemplo, seria bom que o Governo os isentasse de IVA", disse Pilo à agência Lusa, acrescentando que a formação dos agentes de segurança marítima deve ser também reforçada.
"A nossa costa, de Lisboa para norte, é muito perigosa, baixa, com remoinhos, é preciso conhecê-la e estar preparado para ela", acrescentou. O naufrágio do barco "Luz do Sameiro" na praia da Légua (concelho de Alcobaça) provocou três mortos e três desaparecidos, apenas tendo sido resgatado um tripulante com vida.
Segundo o comandante da Capitania do porto da Nazaré, estão a ser realizadas buscas terrestres para encontrar os corpos desaparecidos, entre o local do naufrágio e a Praia da Concha, já no concelho da Marinha Grande. Além da Polícia Marítima, estão envolvidos meios dos Bombeiros Voluntários de Pataias e da Marinha Grande."
Fonte: RTP/ LUSA - 4-1-007