quinta-feira, janeiro 04, 2007
Satélite "não descobriu" onde se encontrava embarcação naufragada
"O Comando Naval do Continente recebeu um SOS da embarcação naufragada sexta-feira nas imediações da Nazaré, mas as indicações recebidas por satélite eram insuficientes para saber onde se encontrava, disse à Lusa fonte da autoridade marítima. Só o processo de triangulação permite a localização exacta de uma embarcação em dificuldades, o que, no caso concreto, não foi de imediato possível, tendo em conta a orbita desfavorável de dois dos três satélites necessários à operação.
O comandante da capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Carrundo Dias, que forneceu estas explicações, testemunhou à Lusa que foi questionado pelo Comando Naval, pouco depois do naufrágio, acerca do paradeiro da embarcação "Senhora da Luz", que estava matriculada em Vila do Conde. Só mais tarde foi possível a triangulação de satélites, o que terá atrasado as operações de socorro, admite Carrundo Dias, ainda que espere esclarecimentos mais detalhados através do inquérito pedido à Marinha pelo Ministério da De fesa.
O oficial precisou que a embarcação, que tinha sido vistoriada a 11 de Setembro, respeitava todos os procedimentos de segurança, tendo balsas, salva-vidas, coletes individuais e o aparelho que sinaliza situações críticas para um satélite. O aparelho da "Senhora da Luz" permitia a sinalização destas situações manualmente ou automaticamente.
O dono do barco, vários outros armadores e o pescador sobrevivente queixaram-se da demora no aparecimento de meios de salvamento eficazes e o Sindicato dos Trabalhadores de Pesca do Norte escreveu ao Procurador-Geral da República a pedir explicações sobre o sucedido.
Com grande parte da pesqueira de Vila do Conde parada em protesto pela alegada ineficácia dos meios de socorro, os pescadores decidiram rumar quinta-feira a Lisboa para entregar ao Governo um documento pedindo mais meios de socorro, no mar e no ar, em regime de permanência.
As autarquias de Via do Conde e Nazaré também pediram melhores meios de socorro. "O que se viu foi um conjunto de pescadores a pedir, durante horas, por um socorro que nunca mais chegou", lamentou o presidente da Câmara de Vila do C onde, Mário de Almeida.
Carrundo Dias não comentou estas posições mas, tendo por base a sua experiência de dois anos à frente da Capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, defendeu que Portugal tem os meios de socorro no mar adequados às suas possibilidades económicas. O capitão da zona onde se concentra a maior comunidade piscatória portuguesa considera que o socorro no mar registou mesmo uma substancial melhoria com a afectação a este serviço dos helicópteros Merlin, que podem voar de noite. Anteriormente, o socorro por helicóptero era efectuado por aparelhos Puma, que só podem voar em período diurno, esclareceu o oficial.
Segundo Carrundo Dias, os helicópteros estão estacionados na base do Montijo e podem chegar a Caminha em 40 minutos, um período de tempo tido por razoável. "É certo que poderia haver helicópteros estacionados noutros pontos da costa, que permitiriam um socorro mais directo, e não seria nada de surrealista. Mas temos os meios adequados à situação financeira do país", disse. Em todo o caso, alertou, "há sempre um tempo mínimo para accionar os meios de intervenção. Não é só estalar os dedos", avisou."
Fonte: RTP / LUSA - 3-1-007
O comandante da capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, Carrundo Dias, que forneceu estas explicações, testemunhou à Lusa que foi questionado pelo Comando Naval, pouco depois do naufrágio, acerca do paradeiro da embarcação "Senhora da Luz", que estava matriculada em Vila do Conde. Só mais tarde foi possível a triangulação de satélites, o que terá atrasado as operações de socorro, admite Carrundo Dias, ainda que espere esclarecimentos mais detalhados através do inquérito pedido à Marinha pelo Ministério da De fesa.
O oficial precisou que a embarcação, que tinha sido vistoriada a 11 de Setembro, respeitava todos os procedimentos de segurança, tendo balsas, salva-vidas, coletes individuais e o aparelho que sinaliza situações críticas para um satélite. O aparelho da "Senhora da Luz" permitia a sinalização destas situações manualmente ou automaticamente.
O dono do barco, vários outros armadores e o pescador sobrevivente queixaram-se da demora no aparecimento de meios de salvamento eficazes e o Sindicato dos Trabalhadores de Pesca do Norte escreveu ao Procurador-Geral da República a pedir explicações sobre o sucedido.
Com grande parte da pesqueira de Vila do Conde parada em protesto pela alegada ineficácia dos meios de socorro, os pescadores decidiram rumar quinta-feira a Lisboa para entregar ao Governo um documento pedindo mais meios de socorro, no mar e no ar, em regime de permanência.
As autarquias de Via do Conde e Nazaré também pediram melhores meios de socorro. "O que se viu foi um conjunto de pescadores a pedir, durante horas, por um socorro que nunca mais chegou", lamentou o presidente da Câmara de Vila do C onde, Mário de Almeida.
Carrundo Dias não comentou estas posições mas, tendo por base a sua experiência de dois anos à frente da Capitania da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, defendeu que Portugal tem os meios de socorro no mar adequados às suas possibilidades económicas. O capitão da zona onde se concentra a maior comunidade piscatória portuguesa considera que o socorro no mar registou mesmo uma substancial melhoria com a afectação a este serviço dos helicópteros Merlin, que podem voar de noite. Anteriormente, o socorro por helicóptero era efectuado por aparelhos Puma, que só podem voar em período diurno, esclareceu o oficial.
Segundo Carrundo Dias, os helicópteros estão estacionados na base do Montijo e podem chegar a Caminha em 40 minutos, um período de tempo tido por razoável. "É certo que poderia haver helicópteros estacionados noutros pontos da costa, que permitiriam um socorro mais directo, e não seria nada de surrealista. Mas temos os meios adequados à situação financeira do país", disse. Em todo o caso, alertou, "há sempre um tempo mínimo para accionar os meios de intervenção. Não é só estalar os dedos", avisou."
Fonte: RTP / LUSA - 3-1-007