quinta-feira, janeiro 11, 2007
Reclamadas as indemnizações para as famílias das vítimas do "Luz do Sameiro"
"O naufrágio ocorrido há duas semanas, ao largo da Nazaré, deixou graves consequências sociais nas famílias das seis vítimas. Alguns elementos estão a ser acompanhados por assistentes sociais e por uma psicóloga da Câmara Municipal.
Duas semanas depois do trágico naufrágio da embarcação de pesca «Luz do Sameiro», o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde escreveu uma carta aos Ministros da Defesa e Agricultura e Pescas a solicitar explicações sobre as condições em que se deu o naufrágio e as medidas a tomar no futuro. Mário Almeida pretende também que o Estado atribua uma “justa” indemnização aos familiares das vítimas, perante os claros sinais de “negligência”.
As famílias dos quatro pescadores já resgatados – faltam ainda localizar dois corpos – têm direito a um seguro de vida de 50.000 euros e um seguro de acidentes de trabalho, a definir pelo tribunal. O autarca entende que se deve “fazer justiça” à maior comunidade piscatória do país.
“Se se vier a provar que há negligência, eu acho até que nem devia ser necessário ir para tribunal, se o estado vier a sentir que deveria ter sido mais eficiente, considerando que esta gente tão humilde vai ficar com tantas dificuldades, deve assumir essa responsabilidade”, referiu Mário Almeida.
Na missiva dirigida aos governantes, o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, refere que parece ter havido efectiva descoordenação na forma de se tentar o salvamento dos pescadores. Relativamente ao futuro e para que se evitem situações semelhantes, Mário Almeida avança com algumas medidas que passam pela localização de novos postos de controlo da costa, disponibilidade dos salva-vidas durante 24 horas e localização adequada dos helicópteros para uma intervenção imediata.
A este propósito, o autarca reforçou a disponibilidade da Câmara Municipal de Vila do Conde para a cedência de um terreno com vista à instalação de um helicóptero bem como a preparação da área para a conveniente aterragem.
Governo torce o nariz
Entretanto, o ministro das Pescas considerou “prematuro” o pedido de indemnização às famílias das vítimas do
naufrágio na Nazaré, mas remeteu uma decisão do Governo para depois de conhecidos os resultados do inquérito às operações de socorro. “Acho prematuro que sejam pedidas indemnizações quando se sabe que a Marinha esteve lá e não teve condições de segurança para salvar os pescadores”, afirmou Jaime Silva. Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação de equipas de sapadores florestais em Fafe, o ministro Jaime Silva aconselhou os sindicatos, os políticos e os autarcas que reclamam indemnizações a “esperarem pelos resultados do inquérito”. “Ainda estamos em período de nojo, há alguns corpos que não
foram encontrados, pelo que, antes de mais, todos devemos estar solidários com as vítimas e os seus familiares”, declarou o ministro, solicitando aos políticos, autarcas e sindicatos “responsabilidade e paciência para esperar pelo inquérito que está em curso”.
Jaime Silva garantiu que “em função do seu resultado, o
Governo não deixará de tirar as devidas ilações sobre o caso”. O governante acrescentou que o inquérito terá de determinar as condições particulares que originaram o naufrágio, nomeadamente quando foi dado o alerta, porque razão o barco estava ali, qual era a sua rota e porque é que as correntes fortes o arrastaram.
Questionado sobre uma notícia ontem avançada pelo Correio da Manhã, segundo a qual os pesqueiros portugueses estão obrigados a ter um rádio com sistema de localização por satélite (GPS) para casos de emergência, mas a costa portuguesa é a única da Europa sem equipamento para receber os sinais de socorro, Jaime Silva sustentou que “as
autoridades portuguesas sabem exactamente onde vão os barcos, aonde estão a pescar e quando regressam”. O ministro explicou que o sistema de sinalização por satélite
(GPS) é obrigatório nos barcos com calado superior a 15 metros, o que não era o caso da embarcação de Vila do Conde. O “Luz do Sameiro” naufragou a 29 de Dezembro, a poucas dezenas de metros da Praia da Légua, a Norte da Nazaré, com sete pescadores a bordo, dos quais apenas um sobreviveu."
Duas semanas depois do trágico naufrágio da embarcação de pesca «Luz do Sameiro», o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde escreveu uma carta aos Ministros da Defesa e Agricultura e Pescas a solicitar explicações sobre as condições em que se deu o naufrágio e as medidas a tomar no futuro. Mário Almeida pretende também que o Estado atribua uma “justa” indemnização aos familiares das vítimas, perante os claros sinais de “negligência”.
As famílias dos quatro pescadores já resgatados – faltam ainda localizar dois corpos – têm direito a um seguro de vida de 50.000 euros e um seguro de acidentes de trabalho, a definir pelo tribunal. O autarca entende que se deve “fazer justiça” à maior comunidade piscatória do país.
“Se se vier a provar que há negligência, eu acho até que nem devia ser necessário ir para tribunal, se o estado vier a sentir que deveria ter sido mais eficiente, considerando que esta gente tão humilde vai ficar com tantas dificuldades, deve assumir essa responsabilidade”, referiu Mário Almeida.
Na missiva dirigida aos governantes, o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, refere que parece ter havido efectiva descoordenação na forma de se tentar o salvamento dos pescadores. Relativamente ao futuro e para que se evitem situações semelhantes, Mário Almeida avança com algumas medidas que passam pela localização de novos postos de controlo da costa, disponibilidade dos salva-vidas durante 24 horas e localização adequada dos helicópteros para uma intervenção imediata.
A este propósito, o autarca reforçou a disponibilidade da Câmara Municipal de Vila do Conde para a cedência de um terreno com vista à instalação de um helicóptero bem como a preparação da área para a conveniente aterragem.
Governo torce o nariz
Entretanto, o ministro das Pescas considerou “prematuro” o pedido de indemnização às famílias das vítimas do
naufrágio na Nazaré, mas remeteu uma decisão do Governo para depois de conhecidos os resultados do inquérito às operações de socorro. “Acho prematuro que sejam pedidas indemnizações quando se sabe que a Marinha esteve lá e não teve condições de segurança para salvar os pescadores”, afirmou Jaime Silva. Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação de equipas de sapadores florestais em Fafe, o ministro Jaime Silva aconselhou os sindicatos, os políticos e os autarcas que reclamam indemnizações a “esperarem pelos resultados do inquérito”. “Ainda estamos em período de nojo, há alguns corpos que não
foram encontrados, pelo que, antes de mais, todos devemos estar solidários com as vítimas e os seus familiares”, declarou o ministro, solicitando aos políticos, autarcas e sindicatos “responsabilidade e paciência para esperar pelo inquérito que está em curso”.
Jaime Silva garantiu que “em função do seu resultado, o
Governo não deixará de tirar as devidas ilações sobre o caso”. O governante acrescentou que o inquérito terá de determinar as condições particulares que originaram o naufrágio, nomeadamente quando foi dado o alerta, porque razão o barco estava ali, qual era a sua rota e porque é que as correntes fortes o arrastaram.
Questionado sobre uma notícia ontem avançada pelo Correio da Manhã, segundo a qual os pesqueiros portugueses estão obrigados a ter um rádio com sistema de localização por satélite (GPS) para casos de emergência, mas a costa portuguesa é a única da Europa sem equipamento para receber os sinais de socorro, Jaime Silva sustentou que “as
autoridades portuguesas sabem exactamente onde vão os barcos, aonde estão a pescar e quando regressam”. O ministro explicou que o sistema de sinalização por satélite
(GPS) é obrigatório nos barcos com calado superior a 15 metros, o que não era o caso da embarcação de Vila do Conde. O “Luz do Sameiro” naufragou a 29 de Dezembro, a poucas dezenas de metros da Praia da Légua, a Norte da Nazaré, com sete pescadores a bordo, dos quais apenas um sobreviveu."
Paulo Vidal (com Lusa)
Fonte: O Primeiro de Janeiro - 11-1-007