domingo, janeiro 14, 2007
"Comissão para o Salvamento dos Homens no Mar" passa a "Associação Pró-Maior Segurança dos Homens no Mar" e demanda mais medidas de segurança .
"Mestres e tripulantes de embarcações de pesca votaram ontem, por unanimidade, pela institucionalização da Comissão para o Salvamento dos Homens no Mar. A constituição da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens no Mar foi decidida por 280 votos, " aprovada por todas as pessoas presentes na reunião", salientou o porta-voz, José Festas, frisando que a medida "não visa apenas ajudar os homens do mar, também deve ser vista como uma ajuda ao Governo, que ganha um interlocutor em questões de segurança".
Presente na reunião, que decorreu no salão paroquial de Caxinas, Vila do Conde, esteve o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Pesca do Norte. António Macedo destacou a relevância do movimento "para despertar consciências e obrigar a uma maior atenção a estes problemas", anunciando que, a 17 de Março, vai decorrer no mesmo espaço um encontro técnico "para reflectir e aprofundar experiências". Os "camaradas da vizinha Galiza" já demonstraram vontade em participar e, para além dos inevitáveis profissionais do sector, serão convidadas todas as associações e sindicatos. O sindicalista apelou ainda para que, futuramente, as vistorias de fiscalização a embarcações sejam encaradas como acções de sensibilização e segurança, aconselhando, inclusive, o uso de coletes.
Todos os intervenientes se congratularam com as medidas anunciadas pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, embora as considerem ainda insuficientes. Para que as medidas funcionem é necessário um reforço de pessoal no Instituto de Socorros a Náufragos, adiantou António Macedo, segundo quem "são necessários, no mínimo, duzentos homens para que as coisas funcionem 24 horas por dia e não apenas das 9h às 17h".
Na carta que a agora associação pretende enviar ao ministro da Defesa constam, entre outras reivindicações, a necessidade de "mais salva-vidas [foram já anunciados três], mais homens com menos idade e mais postos em terra", informou José Festas, apesar de ter consciência de que o governante "não pode dar mais de imediato". O representante da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens no Mar mantém ainda a convicção de que vai ser recebido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, a quem pretende transmitir pessoalmente os anseios dos homens que trabalham no mar.
O presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, reiterou a necessidade de prestar um maior apoio às famílias das seis vítimas do naufrágio da embarcação Luz do Sameiro. "Estou muito preocupado com os dramas nas famílias e não falo só do aspecto psicológico, mas também do facto de estas pessoas, sem os entes que morreram, terem despesas mensais imensas para aquilo que são os seus rendimentos", disse Mário Almeida. Segundo o autarca, o Estado devia assumir as suas responsabilidades e indemnizar as famílias, já que o dinheiro dos seguros é manifestamente "insuficiente" para fazer face às suas necessidades.
"Não me digam que era humanamente impossível fazer mais alguma coisa, quando sabemos que a Polícia Marítima e os bombeiros não tinham levado para o local os meios necessários", acusou, acrescentando que o helicóptero afecto aos Bombeiros e Protecção Civil de Santa Comba Dão poderia ter chegado ao local em 45 minutos, mas ficou à espera de autorização para avançar.
José Festas apelou ainda à alteração da lei que impede as famílias de vítimas cujos corpos não aparecem de receber as indemnizações devidas até passarem cinco anos: "É certo que os pescadores não passam fome, mas vivem mal."
Presente na reunião, que decorreu no salão paroquial de Caxinas, Vila do Conde, esteve o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Pesca do Norte. António Macedo destacou a relevância do movimento "para despertar consciências e obrigar a uma maior atenção a estes problemas", anunciando que, a 17 de Março, vai decorrer no mesmo espaço um encontro técnico "para reflectir e aprofundar experiências". Os "camaradas da vizinha Galiza" já demonstraram vontade em participar e, para além dos inevitáveis profissionais do sector, serão convidadas todas as associações e sindicatos. O sindicalista apelou ainda para que, futuramente, as vistorias de fiscalização a embarcações sejam encaradas como acções de sensibilização e segurança, aconselhando, inclusive, o uso de coletes.
Todos os intervenientes se congratularam com as medidas anunciadas pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, embora as considerem ainda insuficientes. Para que as medidas funcionem é necessário um reforço de pessoal no Instituto de Socorros a Náufragos, adiantou António Macedo, segundo quem "são necessários, no mínimo, duzentos homens para que as coisas funcionem 24 horas por dia e não apenas das 9h às 17h".
Na carta que a agora associação pretende enviar ao ministro da Defesa constam, entre outras reivindicações, a necessidade de "mais salva-vidas [foram já anunciados três], mais homens com menos idade e mais postos em terra", informou José Festas, apesar de ter consciência de que o governante "não pode dar mais de imediato". O representante da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens no Mar mantém ainda a convicção de que vai ser recebido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, a quem pretende transmitir pessoalmente os anseios dos homens que trabalham no mar.
O presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, reiterou a necessidade de prestar um maior apoio às famílias das seis vítimas do naufrágio da embarcação Luz do Sameiro. "Estou muito preocupado com os dramas nas famílias e não falo só do aspecto psicológico, mas também do facto de estas pessoas, sem os entes que morreram, terem despesas mensais imensas para aquilo que são os seus rendimentos", disse Mário Almeida. Segundo o autarca, o Estado devia assumir as suas responsabilidades e indemnizar as famílias, já que o dinheiro dos seguros é manifestamente "insuficiente" para fazer face às suas necessidades.
"Não me digam que era humanamente impossível fazer mais alguma coisa, quando sabemos que a Polícia Marítima e os bombeiros não tinham levado para o local os meios necessários", acusou, acrescentando que o helicóptero afecto aos Bombeiros e Protecção Civil de Santa Comba Dão poderia ter chegado ao local em 45 minutos, mas ficou à espera de autorização para avançar.
José Festas apelou ainda à alteração da lei que impede as famílias de vítimas cujos corpos não aparecem de receber as indemnizações devidas até passarem cinco anos: "É certo que os pescadores não passam fome, mas vivem mal."
Fonte: Diário de Notícas - 13-1-007