domingo, janeiro 07, 2007

Chefe do Estado-Maior da Armada assume responsabilidades no salvamento do "Luz do ameiro"

"A responsabilidade pelas tentativas falhadas de salvar do mar seis pescadores do barco que naufragou há uma semana na Nazaré foi assumida sexta-feira pelo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA). Melo Gomes declarou-se solidário com os marinheiros que tentaram o salvamento

«Assumo todas as responsabilidades - as nossas - como é meu dever, certo que todos saberão também assumir as suas, retirando lições», afirmou o almirante Melo Gomes num documento divulgado internamente a que a Lusa teve acesso. Assinalando que apesar de «tudo» terem feito para salvar os pescadores do Luz do Sameiro, Melo Gomes reconhece que a Marinha «nunca conseguirá explicar ao público» o facto de não ter podido salvar todos os sete tripulantes «a tão curta distância da praia».

Melo Gomes afirma-se seguro «da eficácia» com que os marinheiros utilizaram os meios ao seu dispor e sublinha que «só os que são do mar» podem compreender inteiramente uma situação como a que aconteceu na Nazaré. «Melhorar e optimizar» são os objectivos apontados por Melo Gomes para a Marinha, para os quais conta com «mais e melhores meios, alguns já em construção, outros programados para breve», embora reconheça que «infelizmente nem todos são possíveis face a muitas outras solicitações do Estado».

O CEMA estende aos marinheiros «o reconhecimento devido», aos que «365 dias por ano, 24 horas por dia, dão de si o melhor para cumprirem as suas missões». Apesar de não ter conseguido salvar as vidas de seis dos tripulantes, a Marinha está orgulhosa «das 435 vidas salvas nas 661 acções de busca e salvamento» realizadas em 2006, ressalva o almirante Melo Gomes.

A operação desencadeada para tentar salvar os tripulantes do Luz do Sameiro foi alvo de várias críticas, nomeadamente do dono da embarcação e de vários populares que assistiram às tentativas de resgate, que reclamavam mais rapidez na chegada dos meios ao local. O naufrágio levou também o ministro da Defesa a pedir que fossem averiguados os factos em torno do naufrágio, nomeadamente em relação aos procedimentos da Marinha e da Força Aérea.

Sindicatos, pescadores e municípios reclamaram mais meios de segurança para os portos, enquanto o PCP pediu também a realização de um inquérito ao acidente pela comissão parlamentar de Defesa."

Fonte: Lusa/SOL - 6-1-007

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