sábado, outubro 07, 2006

Abate de nove barcos vai aumentar o desemprego nas Caxinas.

O Sindicato da Pesca do Norte (SPN) avisa que - a concretizar-se - o anunciado abate de nove das 24 embarcações associadas à cooperativa Propeixe, de Matosinhos, vai implicar a perda de 180 empregos directos e 900 indirectos.

Segundo o dirigente do SPN António Macedo, este conjunto de despedimentos significa a «desgraça total» da pesca no Norte de Portugal e a criação de uma situação social complicada em núcleos piscatórios como o de Caxinas, Vila do Conde, onde vivem sete em cada dez pescadores ameaçados de desemprego.

Além de implicar o despedimento dos 20 tripulantes de cada uma das nove embarcações, a decisão dos armadores provocará, numa fase posterior, a perda de uns 900 postos de trabalho indirectos, envolvendo pessoas ligadas à comercialização do pescado e à indústria das conservas, explicou António Macedo.

Os armadores associados à Propeixe, cooperativa de Matosinhos que se dedica à pesca de cerco, vão optar pelo abate das embarcações "para poderem fazer face às dívidas e aos compromissos com que se debatem", segundo o dirigente sindical.

Também por dificuldades financeiras, o arrastão "Santa Ana", que fazia descargas regulares no porto pesqueiro de Matosinhos, está acostado ao cais há mais de uma semana e a empresa proprietária ameaça com o despedimento colectivo dos 14 trabalhadores. Uma situação similar ocorreu em Abril com o arrastão "Lucimar", que determinou o despedimento de 14 outros pescadores.

Na opinião do sindicalista, a principal causa da situação difícil da actividade piscatória, nomeadamente da pesca de arrasto, radica no preço dos combustíveis, que quase triplicou nos últimos três anos. O sindicalista assinalou também uma quebra significativa das vendas em lota e consequente abaixamento dos preços praticados.

Na origem desta quebra estão a concorrência dos armadores espanhóis, a crescente desvalorização do pescado fresco a favor do congelado, a opção das grandes superfícies comerciais por se abastecerem noutros mercados e a especulação "crescente" dos intermediários."

Fonte: TSF online - 07-10-006


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