domingo, julho 30, 2006

Associação Vila Cova comemora 25 anos de trabalho social.


"A comemorar 25 anos de trabalho social, a "Vila Cova - Associação de Protecção à 3ª Idade" está apostada em melhorar, cada vez mais, os serviços prestados, encontrando resposta para verdadeiros dramas sociais. As principais dificuldades passam pela necessidade de aumentar o espaço físico da associação e pela falta de flexibilidade financeira.

Fundada a 29 de Julho de 1981, por acção do fundador e benemérito António Ferreira Vila Cova, a Associação de Protecção à 3ª Idade (APTI) tem desenvolvido um trabalho social de relevo no local vilacondense onde está sedeada: as Caxinas.

“Os nossos utentes são especiais, é um meio especial, as Caxinas são um local muito próprio, se andarmos um quilómetro noutra direcção estamos num contexto completamente diferente. Nas Caxinas existe uma maneira de estar na vida diferente”, aponta o presidente da APTI, Vítor Ramiro Bompastor. No ano em que festeja um quarto de século, a associação prepara algumas iniciativas que visam marcar a efeméride. “Apesar de ainda não existirem datas concretas, estamos a pensar em diversas acções festivas”, garante o interlocutor. Uma das mudanças que se insere neste contexto, passa pela abertura do site da APTI, que vai ficar no endereço www.aptivilacova.com.

Com diversas valências de âmbito social, que passam pelo centro de dia, apoio domiciliário, creche, jardim-de-infância e actividades de tempos livres, o trabalho desta associação destaca-se pelo facto de mais de 20 por cento dos utentes serem casos sociais. O principal problema desta associação está relacionado com a falta de espaço e com as necessidades de remodelação do edifício onde se encontram as valências. Para além de estender a actuação da associação, o alargamento iria permitir a existência de um espaço ao ar livre onde, principalmente, os mais novos pudessem brincar.

Contudo, apesar das pretensões da APTI têm sido várias as dificuldades em conseguir o desejado e necessário aumento das instalações. O primeiro entrave está no facto de a associação não possuir meios financeiros para expandir o edifício e o segundo reside na ausência de terreno, situação normal, não fosse o caricato de a casa da APTI estar rodeada por baldios.

Neste momento, a APTI presta serviço social a cerca de 70 idosos, divididos pelas valências de centro de dia e apoio domiciliário, abrangendo ainda aproximadamente 160 crianças que passam parte do seu dia na Associação. Com a chegada da época do Verão, são diversos os programas, para novos e graúdos, que procuram explorar esta altura do ano. “Temos idas para a praia, bem como diversos passeios”, defende.


Reputação no seio da comunidade
Ganhando reputação por responder de forma afirmativa a todas as solicitações, por mais extremas que sejam as necessidades dos utentes, o presidente da direcção da APTI, Vítor Ramiro Bompastor, aproveita para apontar as dificuldades que advém deste modo de actuação: “Mais de 20 por cento da nossa casa são casos sociais, ou seja, um quarto dos utentes que deviam pagar ou reencaminhar o abono que recebem, cuja ordem de valor ronda os 30 euros, mesmo assim ainda têm os pagamentos em atraso. Temos que encontrar soluções, pois muitas pessoas preferem gastar dinheiro noutras coisas do que na educação dos filhos. No caso dos idosos se verificarmos as suas reformas vemos que, por vezes, estas ficam por inteiro nas farmácias, como é que nós podemos cobrar mais dinheiro? Não podemos. Se assimilarmos todo o trabalho que se faz na casa, verifica-se que somos obrigados a uma grande ginástica financeira”.
Uma das formas de potenciar os serviços da APTI, contrariando os actuais problemas, passa pela optimização dos recursos existentes, todas as situações são devidamente ponderadas e, só depois, executadas.

“Esta direcção tem apostado bastante na formação dos funcionários, há cerca de um ano estabelecemos uma parceria com a Iconefile – Academia de Formação Profissional e de Consultoria da Póvoa de Varzim, tendo sido aprovados oito cursos, desde ferramentas informáticas de apoio; higiene, saúde e segurança no trabalho; técnicas de socorrismo; comunicação e imagem da organização; psicologia infantil 1 e 2; psicologia do envelhecimento e técnicas e animação de grupos. No último ano tivemos uma avalanche de formação que nunca existiu na vida desta instituição, nem da maior parte dos trabalhadores, permitindo dessa forma optimizar os recursos e, consequentemente, baixar os gastos associados”, revela o entrevistado.

Outro factor, que muito tem contribuído para a saúde desta instituição, passa pelo apoio dos organismos públicos mais próximos: “Temos o subsídio anual da Câmara Municipal de Vila do Conde, bem como as rápidas respostas quando solicitados; temos a comparticipação mensal da Segurança Social mas, infelizmente, estão a cortar em todas as ajudas e, mesmo quando existem acertos anuais, esses aumentos não acompanham o crescimento das nossas necessidades efectivas. Outra ajuda importante passa pelo actual Executivo da Junta de Freguesia que, de forma sempre pontual, tem procurado ajudar em diversos aspectos”.



Um quarto de século
A festejar 25 anos de existência, a APTI nasce como o projecto pessoal de António Ferreira Vila Cova. Proeminente caxineiro, Vila Cova assume o papel de benfeitor e de dinamizador das Caxinas. São diversas as publicações que dedica ao modo de vida promovido nesta região profundamente ligada às pescas. Utilizando, nos primeiros anos de existência, o património pessoal para alimentar as necessidades da associação, recordamos o testemunho deixado pelo fundador, no primeiro acto enquanto presidente da APTI: “Foi um sonho meu, António Ferreira Vila Cova, que vi a necessidade que os pescadores das Caxinas tinham em possuir um local que os abrigasse do frio e da chuva, revivendo a negra vida que passaram nos mares longínquos da Terra Nova e Gronelândia à pesca do bacalhau, trabalhando 18 a 20 horas por dia com as mão enregeladas e, alguns deles, depois do adeus à família, na hora da partida, nunca mais voltavam à terra que os viu nascer. Para eles eu pensei que seria mais que justo que alguém os ajudasse a passar o tempo”.


Fonte: "O Primeiro de Janeiro" -28-7-006

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